Sérgio Carvalho

Piauiense, começou a fotografar em meados da década de 1990. Desde o início desenvolve a fotografia como expressão artística documental. Realizou diversas exposições, com participação em salões de arte e festivais de fotografia, tais como o deVERcidade, em Fortaleza em todas as suas 04 edições (2005, 2006,2007 e 2010), FotoArteBrasilia/2010, Festival de La Luz/Argentina/2010, FestFoto 2012/2017 (Porto Alegre), Photobook award 2011 (Kassel, Alemanha), POY LATAM 2013, Prêmio Diário Contemporaneo de Fotografia (Belém/PA) – 2015/2018, Festival de Fotografia do Sertão – Feira de Santana/BA 2017, Festival de Fotografia de Tiradentes/MG – 2017/2018, Qxas Festival de Fotografia do Sertão – Quixeramobim/CE 2018, Festival Verbo Ver – Fortaleza/CE 2018, Solar Foto Festival Fortaleza/CE 2018 e Paraty em Foco 2019. Publicou no ano de 2010, em coautoria com o fotógrafo Paulo Gutemberg, o livro “Docas do Mucuripe”, e “Retrato Escravo”, em coautoria com o fotógrafo João Roberto Ripper, indicado como um dos melhores livros de 2010 pelo Internacional Photobook Festival 2011 (Kassel, Alemanha) e Menção Honrosa no POY LATAM 2013. Em 2011, publicou o livro “Barbearia do Tempo”. Nos anos seguintes, lançou “Às vezes, criança – Um quase retrato de uma infância roubada”, em coautoria com o poeta maranhense Rubervam Du Nascimento e “Homens-Caranguejo” (publicação coletiva). Em 2016, publicou os livros “Caminho das Abelhas” (edição coletiva) e “Sereias”, em coautoria com a fotógrafa Fernanda Oliveira. Em 2018, publicou o livro “Barreiro Branco”, cujo ensaio foi vencedor no Festival Verbo Ver 2018, em Fortaleza/CE e Menção Honrosa no Festival Paraty em Foco/2019. É membro-fundador e ex-diretor do IFOTO – Instituto da Fotografia, em Fortaleza/CE.
SALA DO SANTO

SANTO SERTÃO retrata a religiosidade em torno do mito do Padre Cícero, líder religioso banido pela igreja católica, um fenômeno de massas que arrebata milhares de devotos até hoje e que transformou Juazeiro do Norte/CE em um dos maiores centros de peregrinação religiosa do mundo.
O projeto fotográfico é composto por dois ensaios:

1. SALA DO SANTO: ensaio sobre as paredes votivas nas salas das casas da ladeira do horto, rua que dá acesso a estátua do Pe. Cícero, em Juazeiro do Norte/CE. A pedido do “santo do sertão”, os devotos “doam” seus lares ao Sagrado, o qual se encontra na sala e em frente à porta de entrada de cada casa. À sua volta, o devoto coloca imagens de seus santos preferidos e de entes queridos, vivos ou mortos, recriando no imaginário popular uma “corte” celestial particular.

SANTO SEPULCRO DO SERTÃO

2. SANTO SEPULCRO DO SERTÃO: ensaio sobre o percurso feito pelos romeiros do alto do Horto, onde está localizada a estátua do Pe. Cícero, ao Santo Sepulcro, que segundo a lenda, foi local de refúgio e meditação do Pe. Cícero e local de esconderijo de cangaceiros. Ao longo do caminho, se destacam as pedras penduradas pelos romeiros nas árvores secas do sertão, como representação da fé e do sacrifício, na sua jornada terrena.
Foi preciso um longo período de peregrinação anual pelas romarias em Juazeiro do Norte, que permitisse uma aproximação necessária para compreender o mundo místico das romarias. Pelas suas origens no sertão do Piauí, carrego no imaginário a religiosidade e o drama da seca. As imagens de SANTO SERTÃO são fragmentos desse olhar recheado de memórias.