Luciana Rodrigues

Historiadora, arte-educadora e fotógrafa. Vive e trabalha em Fortaleza-CE. Desde 2008, atua na ação educativa de museus e espaços culturais. Em paralelo, desenvolve projetos que abordam o tema da memória em diferentes linguagens. Em 2020, a série fotográfica “Missão” esteve na mostra “Por Dentro de um Tempo Suspenso/Recolhimento” do Festival de Fotografia de Tiradentes (MG). No mesmo ano, teve a obra “FAVOR NÃO DEIXAR A JANELA ABERTA” selecionada para o 71º Salão de Abril (Fortaleza-CE). Seu percurso na fotografia traz referências de outras áreas de interesse como a literatura e o cinema.
Missão

1948.
Casaram “no queima”, como se dizia lá nos Inhamuns. É quando os namorados aproveitam a passagem do padre pelo vilarejo para se casar de surpresa. Muitos jovens que não tinham a autorização dos pais para a união aproveitavam o momento.
Foi o caso de Maria e Deoclécio. 
A mãe da noiva, chorosa, sabia que não podia voltar atrás. O padre já havia abençoado. Ela sabia que, a partir dali, Maria e Deoclécio “já não eram dois, mas sim uma só carne. O que Deus uniu, ninguém separa,” (Mateus 19:6)

como escutar o som de um relógio

“Como escutar o som de um relógio” – Tributo a William Faulkner

O relógio tiquetaqueava, solene e profundo. Era como se fosse o pulso seco daquela casa decadente.
(O som e a Fúria, 1929)