Felipe Camilo
Sedimentação de fotografias, folhas, palavras e outros detritos, o projeto surge no intento de partilhar vivências e encontros de um corpo a envelhecer junto de sua urbe. “Perecível” persegue uma poética de atravessamentos do tempo na superfície das plantas, das peles dos rostos, do concreto da cidade. Ruína, memória e imagem se cruzam por meio da ‘fitotipia’, retratos na superfície das folhas das árvores. O álbum de família do autor se mistura aos retratos de anônimos e a paisagem de Fortaleza como prótese no trabalho da memória da coletividade e especificamente do observador – ora contribuindo na luta contra o apagamento de rostos e prédios, ora evidenciando o ato de lembrar como ficção em uma paisagem arruinada por força política, por força da arquitetura, por força do sol e do vento.