Delfina Rocha

Entre 1982-1986, foi assistente do fotógrafo Chico Albuquerque. Recebeu 1º lugar no I Salão Universitário da UNIFOR e no ano seguinte Menção Honrosa no festival do Jornal O Povo “Mulher maio mulher”. De 1986 a 1993, trabalhou com fotografia de cena(mais de 11 produções) e fotografia de publicidade – Rio de Janeiro e São Paulo. No ano de 1995, abriu estúdio, trabalhando com publicidade e moda em Fortaleza. Foi premiada no FMF-Festival de moda como melhor fotógrafa de moda do ano de 2008. Publica o livro premiado “Sabores e Saberes do Ceará“ no ano de 2003. Selecionada na convocatória dos Festivais “Qxas” e “ Verbo Ver” em 2018 e pré-selecionada para o “Festival Paraty em Foco” em 2019 . Integra o coletivo “Sol para Mulheres” a partir de 2019 e com o grupo expõe trabalho na Feira Oriente de Artes Visuais no Rio de Janeiro com o ensaio “Pérolas aos Porcos”, que também gerou publicação na revista Carcara / Photo Art #20. Participou de exposição na Imagem Brasil Galeria com o Sol para Mulheres em 2020, além de exposição no RioMar – “O que não nos disseram”. No prêmio de fotografia “ Em torno de mim para guardar” da Imagem Brasil fica entre os 10 fotógrafos mais votados . Ações sociais: “ Mulheres cuidando de mulheres” e “Fotografias pelo Ceará”. Festival Paranapiacaba – projeção de fotos, além de exposição online “Por dentro de um tempo suspenso”, iniciativa dos festivais “Foto em Pauta”, “Festival Solar”, “Foto Rio”, e “Doc Galeria”.
Entremeio

Os “Cães” são um grupo popular que se apresentam nos dias de Quilombo, abrindo o cortejo dos grupos de Reisado , no sul do Ceará. Me interessou muito neste ensaio, esse universo da anulação da identidade desses populares que transgridem as regras. Incorporam seres fugitivos do imaginário popular, transfigurados em entidades a chicotear o asfalto tomando posse das ruas em plena representação da bestialidade humana. A ausência de rostos humanos lhes confere o direito à explosão dos instintos mais primitivos, assumindo assim outras representações e reivindicando para si as ruas e as atenções.

Dez Noventa

Fotografar a casa onde passei minha infância e adolescência, 38 anos depois, foi uma experiência emblemática. A casa está desocupada e seus espaços excepcionalmente preservados: o mesmo carpete, as mesmas cores e papel de parede guardam as marcas do tempo e a atmosfera vivenciada. Dípticos das fotos atuais com as fotos da década de 1970 permitiram o resgate de meus primeiros espaços de “abrigo, refúgio e sonhos “ e criam uma cartografia de minha intimidade, onde presente e passado se entrelaçam.